ACIDENTE FATAL NAS MALDIVAS CAUSADO POR PROBLEMAS NA QUALIDADE DO AR
Maldivas. Um paraíso para os mergulhadores, onde os recifes que formam inúmeros atóis abrigam uma abundante vida marinha. Águas transparentes e com uma temperatura agradável completam o cenário perfeito para a prática do mergulho. Mas em 28 de maio de 2008 o paraíso tornou-se um inferno para um grupo de mergulhadores que a bordo do Baani Adventurer, operado pela Touring Maledives que culminaram com a morte de um mergulhador e sérias lesões a outros nove turistas e trouxe a tona a necessidade de uma maior atenção por parte do operadores no que diz respeito a qualidade do ar usado no mergulho.
UM ACIDENTE NUNCA É CAUSADO POR UM ÚNICO FATOR
Nos dias que antecederam o fatídico 28/05, várias viagens de mergulho foram feitas a bordo do Baani Adventurer e alguns participantes queixaram-se de dores de cabeça ao final dos mergulhos. As investigações da polícia identificaram que os sistemas de recargas operados à bordo eram de diferentes fabricantes mas com um ponto em comum: todos eles eram movidos por motores a explosão. O relato da tripulação dá conta que dias antes do acidente fatal, um motor a explosão utilizado em um dos compressores apresentou defeito. Foi chamado à bordo um mecânico da Honda (fabricante do motor) que declarou a perda total do motor for falta de manutenção, em especial falta de óleo lubrificante. O mecânico inspecionou também o filtro de entrada do compressor e identificou que o mesmo estava totalmente carbonizado. Mas este tipo de impureza, no volume encontrado, não poderia ser atribuído a poluição do ar atmosférico. Na verdade foi identificado que toda esta poluição era gerada tanto pela exaustão do motor a diesel do barco como também pelos motores dos compressores. Mas como era possível se o ar captado pelos compressores vinha de fora da sala de máquinas? Fotos do local mostram que as mangueiras utilizadas possuíam conexões mal feitas e vários remendos feitos com fita adesiva ao longo de sua extensão. Mas não para por aí… Alguns depoimentos apontam também que as mangueiras de entrada não estavam conectadas ao compressor. Para finalizar, identificou-se que o tipo errado de cartucho de filtro era usado. Em vez do cartucho de filtro para compressores com motor de combustão, cujo catalisador adicional neutraliza o monóxido de carbono (CO), foi utilizado um cartucho de filtro que é projetado apenas para compressores movidos a motor elétrico, isento de emissões de CO. Não se pode afirmar se tal medida foi tomada com base no desejo de maximizar os lucros ou por falta de conhecimento por parte do operador. Testes realizados no ar existente dentro do cilindro utilizado pelo mergulhador que faleceu indicaram que concentração de monóxido de carbono estava 10 vezes maior do que o valor-limite admissível.
COMO ACIDENTES ASSIM PODEM SER EVITADOS?
Um projeto executado por um profissional capacitado, o uso correto dos filtros (veja mais em http://fixair.com.br/muito-alem-do-filtro/) e do óleo (veja mais em http://fixair.com.br/contaminacao-por-tvhc/), um plano de manutenção por mais simples que seja e um monitoramento constante da qualidade do ar (veja mais em http://fixair.com.br/qualidade-do-ar-no-mergulho/) garantem a segurança de todo os envolvidos. E se colocado na ponta do lápis, medidas como essas aumentam o custo final de uma recarga de cilindro em alguns poucos Reais.
Como venho dizendo em todos os posts sobre o assunto, acredito que a chave seja a educação do consumidor final. Mas acredito também que expor casos como este aos operadores de mergulho pode fazer com que uma mudança de cultura aconteça principalmente se focarmos nas novas gerações de profissionais de mergulho. E para isso uma ação mais incisiva das agências certificadoras (PADI, SSI, NAUI, TDI, etc) é de suma importância.
Sobre a Fix Air
A Fix Air oferece serviços de projeto e instalação de sistemas de recargas de ar respirável, fornecimento de consumíveis (óleo, filtros montados, carvão ativado e peneira molecular) e acessórios (sistemas de purga automática, manômetros, registros, manifolds, etc) além de serviços de análise de qualidade de ar de acordo com a especificação exigida pelo cliente (CGA grau E, CGA grau D, ar compatível com oxigênio (1994 e 2003), EAN+CGA grau E, etc). Somos distribuidores da Trace Analytics LLC, um Laboratório Credenciado pela A2LA especializado em análise de gás comprimido para as indústrias de ar respirável, manufatura e gás medicinal em todo o mundo que a mais de 29 anos mantem os mais altos padrões de qualidade da indústria.
Baseado em um artigo publicado pela Bauer Kompressoren